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PERGUNTAS & RESPOSTAS

O “Perguntas & Respostas” que durante anos foi publicado no JB News e aqui reproduzido, está agora no “Blog do Pedro Juk” . Para visita-lo ou tirar suas dúvidas clique http://pedro-juk.webnode.com/ ou http://pedro-juk.blogspot.com.br

sexta-feira, 19 de abril de 2024

DIFERENÇA ENTRE O AVENTAL DO VENERÁVEL E DO EX-VENERÁVEL

(republicação)
Em 05.05.2018 o Respeitável Irmão Alessandro Sousa, Loja Aurora Pernambucana, 38, GLMPE, CMSB, REAA, Oriente de Canhotinho, Estado de Pernambuco, pede esclarecimento para o seguinte:

AVENTAL DO MESTRE INSTALADO. DO VENERÁVEL E DO EX-VENERÁVEL

Em tempo vos parabenizo pelo belo trabalho que você presta à Maçonaria universal.

Minha dúvida versa sobre o porquê de o avental de Ex-Venerável, assim como o de Ex-Grão Mestre possuírem os Taus(?) recobertos na cor azul.

Busquei essa informação junto a alguns Past's Masters, que não souberam responder.

CONSIDERAÇÕES:

Essa é o modo pelo qual a Maçonaria Inglesa, onde a Instalação é original, utiliza para diferenciar o avental de um Mestre Instalado em exercício do veneralato daquele um que já deixou o cargo (ex-Venerável), conhecido na Inglaterra por Past Master. 

Assim, um Venerável Mestre no Craft traz disposto no seu avental o conjunto prateado de três níveis/prumos sem nenhuma cobertura, enquanto que um Past Master traz os mesmos símbolos, porém envolvidos por bordado na cor azul, tal qual o matiz da orla do avental.

É essa a justificativa para a envoltura bordada em azul dos três símbolos no avental do Past Master.

Cabe aqui mencionar que esses símbolos que vão ao avental não são “taus invertidos” como costumeiramente ainda alguns os mencionam, sobretudo se baseados em instruções de há muito já superadas (anacrônicas). O símbolo verdadeiramente representa o nível-prumo maçônico que é facilmente encontrado no relicário simbólico da Ordem – um segmento horizontal (nível), tendo sobre a sua porção mediana um segmento perpendicular (prumo). 

A propósito, numa Instituição que é ancestral das corporações de ofício da Idade Média, onde os construtores se dedicavam a edificar catedrais, abadias, mosteiros, obras públicas, etc., faz muito mais sentido especulativamente o símbolo corresponder a ferramentas do ofício do que a uma letra grega que, ainda por cima aparece invertida.

Concluindo, é de se lamentar que Mestres Maçons portadores do título honorífico de Mestre Instalado (ex-Veneráveis) ainda não conhecerem a história do seu próprio avental.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

A SALA DOS PASSOS PERDIDOS

Por Danilo da Silva Gomes, M∴ M∴

Nas nossas deliberações, especificamente nas instruções que são ministradas no Grau de Aprendiz Maçom, vemos toda a simbologia e significado do nosso Templo. Porém existe muito mais. É por isto que é preciso pesquisar para interpretarmos a simbólica da Maçonaria. É nisto que reina o Espírito investigativo que o Maçom deve ter.

Neste caminho chegaremos ao Esoterismo Maçónico, que muitas das vezes é tão ausente nos nossos dias, nas nossas interpretações.

Comecemos pela Sala dos Passos Perdidos, a ante-sala onde os Irmãos são recepcionados, se cumprimentam, confraternizam e aguardam o momento de entrarem no Templo. Esta Sala também possui um significado simbólico, pois é em essência a nossa presença fora do Templo, preparando-nos junto ao Átrio – onde fica o assento do Irmão Cobridor – para iniciarmos os nossos trabalhos maçónicos.

Como bem sabemos, a Maçonaria é universal e o universo é uma imensa oficina, logo o nosso Templo Maçónico é a representação do universo, do cosmos. Neste sentido, quando estamos trabalhando maçonicamente falando, estamos reunidos num ideal Justo e Perfeito. Estamos por assim dizer dentro de um espaço sagrado, numa Oficina de Aperfeiçoamento Iniciático.

Quando estamos fora do Templo, na nossa vida quotidiana, ou seja, na nossa vida “extrassensorial”, estamos vagando pelo cosmos de forma ampla, onde o Maçom pode encontrar da boa ou da má sorte, onde pode experimentar da taça doce ou da taça amarga. Neste obstante, a Sala dos Passos Perdidos simboliza que o Maçom fora do Templo, pode se perder…

Ao analisarmos a expressão: “Sala dos Passos Perdidos”, logo se percebe em primeira vista a estranheza da expressão – que parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum. Contudo, esta expressão, em maior aprofundamento simbólico, significa o espaço perdido do cosmos, a que comumente chamamos de mundo profano.

Além disto, devemos estar cada vez mais conscientes de que A Sala dos Passos Perdidos é um recinto também de reflexão, onde devemos – no mínimo – pensar sobre o seu Real Objectivo: o de representar o mundo lá fora, com os seus eventuais perigos e infortúnios. Para combater estes perigos e mazelas, o Maçom deve sempre armar-se de espada, e estar pronto para guerra: para lutar contra a ignorância, os preconceitos e erros! lutar em prol do Direito, da Justiça e da Verdade, a bem da Pátria e da Humanidade!

Este comum objectivo da Arte Maçónica pode parecer coisa utópica para muitos, mas nunca será para o Maçom verdadeiramente iniciado, pois neste reinará à chama da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade; neste viverá a vontade e a motivação de se tornar um homem melhor, de se aperfeiçoar sempre e de ser um bom exemplo de valores tão nobres e ao mesmo tempo tão ausentes mundo afora.

Ademais, a Sala dos Passos Perdidos é essencialmente a concentração de um exército marchando para o treino – pois como sabemos, a nossa ritualística e doutrina treina-nos, mas é lá fora – no mundo dos passos perdidos – é que realmente “testaremos” a nossa capacidade de colocarmos em prática tudo quanto aprendemos enquanto maçons.

Esta Sala simbólica é, portanto, um ambiente altamente maçónico, digna de ser estudada e melhor compreendida, pois o seu significado pode encontrar raízes esotéricas profundas, alimentando assim o nosso espírito com grandes conhecimentos.

Não é por acaso que nenhum Templo Maçónico pode ser consagrado sem que esteja presente a ante-sala simbólica, ou seja, a sala dos passos perdidos! Se esta sala existe é porque tem razão se ser, e o seu significado não pode ficar a esmo.

Entretanto, ao transpormos o Portal do Templo, aí sim, não se têm mais passos perdidos; daí aparecem os verdadeiros objectivos da Arte Real Maçónica os quais conhecemos entre colunas. No Templo a atmosfera deve ser de Amor, de União, da Verdade e da Justiça formada por corações ávidos das mesmas esperanças, sequiosos de idênticas aspirações, porque sem esse raciocínio de acção, sem essa elevação, sem essa energia, poderá existir quando muito em “grupos de homens” e nunca, porém, na Maçonaria.

Meditemos sobre isso, meus Irmãos!

Fonte: https://bibliot3ca.com

quinta-feira, 18 de abril de 2024

JUSTIFICATIVA E O ÓBOLO

(republicação)
Questão apresentado pelo Respeitável Irmão Afonso Barros Machado, Loja União Fraternal nº 12, REAA, Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Oriente de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. 
abmachado1950@gmail.com

Recorro ao seu vasto conhecimento maçônico para dirimir uma dúvida. O Regulamento Geral da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais estabelece em seu artigo 31, Parágrafo 1º que trata das justificativas de faltas que: “O pedido de justificativa de falta acompanhada do óbolo correspondente, deve ser escrito e encaminhado ao Venerável Mestre, pelo próprio requerente, na primeira sessão a que comparecer após as ausências, sob pena de prescrição do direito”. Os irmãos têm, portanto, feito às justificativas, juntado o óbolo, colocando-os na Bolsa de Proposta e Informações, quando da circulação da mesma. Aí vêm os questionamentos: quanto à colocação da prancha com a justificativa nessa Bolsa, não há dúvida. O que suscita a nossa consulta é, se o óbolo é colocado junto com a prancha, além de estar na Bolsa errada o mesmo ocorre com a mão que o colocou. Ao conferir o seu conteúdo todos os Irmão próximos ao Venerável Mestre tomam conhecimento de quem colocou e quanto, quebrando o sigilo e o simbolismo do ato, além de ferir o princípio da espontaneidade, intrínseco no espírito da doação. Há, portanto, em meu entendimento, uma quebra das normas ritualísticas em detrimento de uma regulamentação administrativa interferente, quiçá mal redigida. Entendo, ainda, que dentro de um Templo com uma Loja aberta, naquele instante, prevalecem às normas ritualísticas do Rito em comento. Conto com a análise do Irmão sobre o conflito em tela para subsidiar o meu entendimento.

Considerações:

Quero primeiro salientar que as minhas ponderações que seguem não tem o intuito de incentivar o desrespeito a um Regulamento legalmente constituído. Se estiver escrito, cumpra-se a lei. Agora sobre o ponto de vista da tradição maçônica, sinceramente esse é mais um dos absurdos até aqui apresentados. 

Primeiro – Na tradição maçônica não existe esse feitio de justificar falta. Quem faltou, faltou e nada mais. Os motivos não importam, mesmo sendo eles passíveis de explicação, porém não de justificativa. Nem é muito recomendável, porém não seria melhor o Irmão na Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular sucintamente comentasse a sua falta? 

Segundo – Depositar óbolo na Bolsa de Propostas e Informações. Ora, se o Irmão por qualquer motivo não esteve presente não há deposito da sua doação. Essa atitude em primeira instância cerceia o direito daquele que pode ou não doar na oportunidade. Ninguém é obrigado a depositar o óbolo, senão colocar a mão fechada e retirá-la aberta do recipiente. A questão é se o Irmão pode ou não doar. Em segunda instância é a colocação de valor monetário na Bolsa de Propostas e Informações quando existe um recipiente próprio para tal, além do momento apropriado. Em terceira instância é como disse o Irmão: com as testemunhas do Orador e do Secretário, além do Venerável que recebe o conteúdo da bolsa de Propostas todos ficam sabendo quanto foi depositado, lembrando também que o Venerável deve decifrar as colunas gravadas. 

Nesse caso não seria melhor o faltoso quando da sua presença reforçar a sua doação? O que posso comentar? Somente se for o caso de apontar uma sequência de afronta às verdadeiras tradições maçônicas. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.082 - Florianópolis (SC) – terça-feira, 20 de agosto de 2013

FRASES ILUSTRADAS

O PADRINHO

Rui Bandeira

Em Maçonaria, designa-se por Padrinho o primeiro proponente da candidatura de um profano à iniciação.

Com esse ato, o primeiro signatário dessa candidatura afiança perante a Loja a boa fé do candidato, o seu reto propósito, a posse das características e da maturidade indispensáveis ao profícuo trabalho de desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal que é o objetivo primeiro de cada maçom regular e a capacidade de harmoniosa integração no grupo, na Loja, do candidato proposto.

Com efeito, não deve ser admitido às provas da Iniciação quem não detenha a necessária maturidade para efetuar o trabalho de um maçom, quem não possua características compatíveis com o trabalho maçónico, quem, por índole ou feitio, não seja capaz de harmoniosamente se integrar num grupo de desconhecidos que pré-existe em relação à sua entrada, existirá com a sua presença e permanecerá após a sua partida. E é claro que a boa fé de quem se apresenta é absolutamente essencial...

Só pode ser padrinho de um candidato um Mestre Maçom, pois é indispensável a realização do percurso de aprendizagem, a interiorização do que é e como trabalha a Maçonaria, de como é a Loja, das virtudes, defeitos e insuficiências do grupo, enfim, o conhecimento do que é a Maçonaria e a Loja, para, com o mínimo de erro, poder aferir da compatibilidade entre o candidato e a Instituição, a Loja e os seus obreiros.

À Maçonaria não interesa iniciar por iniciar. Não se trabalha para números, para "crescimento". À Maçonaria interessa acolher homens bons que querem e podem ser homens melhores. Só isto - e muito é! À Maçonaria não interessa perder tempo, trabalho e energias com quem não quer, ou não pode, efetuar o persistente e solitário e apenas interiormente gratificante trabalho do aperfeiçoamento pessoal, moral e espiritual. Nem a Maçonaria tem qualquer gosto em que alguém perca seus tempo, trabalho e energias entrando para uma Instituição que verdadeiramente não lhe interessa.

Por isso procura minimizar os (inevitáveis) erros mediante um exigente, ponderado (e demorado...) processo de admissão, que nunca se inicia sem a indispensável caução de um Mestre proponente, acompanhada de idêntica ação de um outro Mestre.

O Padrinho deve, assim, inevitavelmente, conhecer pessoalmente o candidato, com a profundidade necessária para poder fazer o juízo de prognose favorável à sua integração que o habilita a caucionar o pedido de adesão.

Caucionada que esteja a candidatura, o Padrinho retira-se de cena durante o decurso do processo de análise da mesma. Não tem nada mais que dizer. Cabe à Loja assegurar-se de que o seu juízo está correto, que não foi perturbado por amizade, parentesco, consideração ou dependência que o tenham induzido em erro.

Mas, uma vez decidida a admissão do candidato, então o Padrinho começa verdadeiramente a exercer a sua função. O seu papel não se esgotou na caução dada. Só após esta decisão verdadeiramente começa! O Padrinho é o elo de ligação entre a Loja e aquele que um dia, estando de fora (Profano), nela quis entrar (Candidato) e nela foi admitido (Maçom Iniciado; Aprendiz). Como tal, é o primeiro responsável por tudo o que respeita à integração deste novo elemento no grupo. Desde logo por algo tão básico como caber-lhe a ele informar o Candidato das obrigações financeiras que a sua Iniciação implica, providenciar para que, no dia da sua Iniciação o Candidato saiba onde, quando e como se deve apresentar e conduzi-lo ao local físico onde a Cerimónia terá lugar. Mas também, consumada a Iniciação, pelo longo e complexo processo de integração do novo elemento no grupo.

Muitas vezes, o Padrinho é a única cara na Loja que o novo Aprendiz reconhece, o único que não lhe é completamente estranho. Quando assim é, é o padrinho o único ponto de apoio de que o novo elemento dispõe, até que, a pouco e pouco, às vezes mais lentamente, outras com maior facilidade, consoante a personalidade de cada um, as relações pessoais se vão estabelecendo com os demais elementos do grupo e daí evoluindo até onde as compatibilidades e empatias estabelecidas com cada um permitam evoluir.

Este processo de integração pode, por vezes, ser mais difícil ou demorado do que o antecipado e, até que esteja ultimado, o seu sucesso em muito depende do Padrinho. Este tem que elucidar o novo Aprendiz das regras (muitas não escritas e algumas não facilmente apreensíveis) de funcionamento, de cooperação, de relacionamento, existentes no grupo (e cada Loja é um grupo diferente, com uma história, um passado, uma evolução, diferentes, com dinâmicas de grupo próprias), para que as conheça e nelas se integre harmoniosamente.

Mas também deve intermediar, prevenir e colmatar possíveis incompreensões ou desagrados do grupo ou de algum elemento do grupo perante atitudes ou características do novo Aprendiz. A Maçonaria não é um grupo de amorfos, privilegia gente assertiva, livre pensadora, que busca o seu lugar e define e trabalha e atinge objetivos. É natural que um novo elemento queira mostrar a sua valia ao grupo, encontrar nele o seu lugar. Muitas vezes, no seu afã de tal, esquece que há regras e modos e meios que ainda não aprendeu e comete erros, às vezes excessos, outras vezes omissões, que podem a um ou outro desagradar. Há que compatibilizar, esclarecer, moderar, ajudar a que o espaço a que o novo elemento tem direito seja encontrado, de forma a que todos beneficiem.

Esta tarefa - quase que diplomática - de garante da boa integração do novo elemento no grupo e do bom acolhimento do grupo ao novo elemento incumbe, em primeira linha, ao Padrinho.

É dever do Padrinho assegurá-la, sob pena de a integração falhar, de um bom elemento se perder, de o grupo e o indivíduo gastarem tempo e energias em vão.

Costumam os maçons dizer que cada candidato iniciado é um Venerável Mestre (e um Grão-Mestre...) em potência. Para garantir que essa potencialidade possa, a seu tempo, evoluir para a possibilidade, depois a probabilidade, finalmente a realidade, é indispensável que o Padrinho exerça efetivamente a sua função e não se limite a rabiscar displicentemente a sua assinatura num formulário de candidatura.

Rui Bandeira

Fonte: http://a-partir-pedra.blogspot.com.br

quarta-feira, 17 de abril de 2024

COMO COMPOR A LOJA COM APENAS SETE MESTRES NO REAA?

(republicação)
Em 27/04/2017 o Respeitável Irmão Paulo Afonso Pinheiro Leal, Loja Irmão Augusto Nogueira Paranaguá, 4.540, REAA, GOB-PI, Oriente de Corrente, Estado do Piauí, solicita orientações para o que segue:

COMPOSIÇÃO DA LOJA COM APENAS SETE MESTRES

Meu Nobre irmão. Numa Loja com apenas 7 Mestres, como a compõe? Cobridor Interno e Diáconos, por exemplo?

CONSIDERAÇÕES:

Desde o aparecimento do grau especulativo de Mestre Maçom, o que viera aparecer sob a égide da Moderna Maçonaria em 1725, é que a presença mínima de sete Mestres Maçons é exigida para a abertura de uma Loja. 

Isso se deu por questão iniciática e também por questão de administração litúrgica de uma Loja com seus principais componentes - Luzes, Dignidades e Oficiais.

O Grande Oriente do Brasil, em respeito a esse viés iniciático, dispõe no Artigo 96 do Regulamento Geral da Federação, Inciso XXII, a previsão de que é obrigatória a presença de no mínimo sete Mestres para a realização de uma sessão. Também no seu Artigo 229, § 1º, dispõe que os cargos em Loja são privativos de Mestres Maçons. É essa a base legal que proíbe Aprendizes e Companheiros assumirem cargos.

Em um caso precário, o que pode se dar apenas com a presença mínima de sete Mestres, uma Loja no REAA∴ então assim ficará composta: Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes, Orador, Secretário, Cobridor Interno e o Mestre de Cerimônias.

Nesse caso, para o cumprimento da liturgia da transmissão da Palavra Sagrada que acontece durante a abertura e encerramento, o Mestre de Cerimônias preenche momentaneamente o cargo do Segundo Diácono e o Secretário o do Primeiro Diácono. Transmitida a Palavra eles retornam aos seus cargos de origem.

Assim, essa regra preenche a tradição de que uma Loja é sempre dirigida por três Luzes (Venerável, Primeiro e Segundo Vigilantes), assim como é obrigatória à presença de um Cobridor (sigilo). Ainda, no escocesismo, a presença indispensável do Orador como Guarda da Lei e do Secretário como o aquele que efetua os registros inerentes à sessão. Assim, com esses sete Mestres a Loja pode funcionar em situações precárias, mas nunca definitivas, pois é sabido que cada rito possui um número exato de cargos que o caracterizam e que devem, na medida do possível, serem todos preenchidos.

Esotericamente o número sete se refere ao número da criação, cujo qual se destaca na Maçonaria dos Aceitos, enquanto que historicamente, na Maçonaria de Ofício ele lembra que uma guilda construtora do século XII se constituía de no mínimo sete profissionais da arte de construir, destacando-se nesse particular, à época não existia o grau de Mestre especulativo e quem dirigia o canteiro de obras (hoje a Loja) era um Companheiro do Ofício tido como o mais experiente. Naquele período só existiam duas classes de trabalhadores – Aprendiz Admitido e Companheiro do Ofício.

Foi para conservar essa tradição que a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, manteve o costume de constituir uma Loja com o mínimo de sete maçons que já tenham alcançado o grau de Mestre, dos quais, um deles, é eleito e instalado na cadeira principal da Loja.

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br

PÍLULAS MAÇÔNICAS

Possível Origem das Três Batidas

O uso de batidas para chamar a atenção de pessoas presentes em uma reunião é um antigo costume. Tanto é verdade que, numa fábrica de tecidos, em 1335, em York Minster, Inglaterra, foi registrado os detalhes de uma construção que estava sendo feita nessa fábrica, por um grupo de Maçons Operativos. Ali é mencionando o trabalho em si, descanso, etc, e menciona, também, que os Maçons eram chamados após a refeição para assumirem novamente o trabalho, por batidas dadas na porta da Loja. Esta Loja, como já foi dito em outras Pílulas, sem dúvida, deveria ser um abrigo coberto perto da referida construção.

Hoje em dia, na Maçonaria Especulativa, as batidas foram deliberadamente variadas para distinguir os três Graus Simbólicos, uns dos outros.

Muitas das praticas maçônicas tem forte semelhança com as práticas Eclesiásticas, apesar que, muitas vezes, falta uma evidência definitiva. Entretanto, é fato que a Maçonaria Operativa foi empregada largamente nas construções de Catedrais e outras construções para a Igreja, onde podemos supor que as práticas e costumes dos monges, abades, etc, não eram inteiramente desconhecidas dos integrantes da Maçonaria Operativa, da qual a Maçonaria Especulativa derivou.

Um exemplo do uso eclesiástico de batidas é visto quando um novo Bispo está sendo entronado. Ele se aproxima da porta Leste da Catedral e com três pancadas nesta, com o seu Bastão Pastoral, obtém a atenção do Deão e dos membros do Capitulo, dos quais ele obterá permissão para entrar na conclusão da Cerimônia para sua total introdução no Episcopado.

Fonte: pilulasmaconicas.blogspot.com